O que é preciso lembrar.

Postado em: novembro 28th, 2017 por Rosa Valgode

O que é preciso lembrar.  por Lygia Franklin

Todo ano, a partir de meados de novembro e após, mais ou menos, a primeira semana de janeiro, uma nuvem de energia densa recobre o planeta. Ela decorre da luta interna que um grande número dos seres humanos vive nesse período. O fim do ano nos estimula a fazer um balanço do ano e muita gente constata que a sua vida foi pequena ou menor do que gostaria. Muita gente, por ignorância de si, apostou em objetivos superficiais e, mesmo que possa até os ter alcançado, sua alma a faz sentir um gosto amargo na boca como se informasse o equívoco pelo inexplicável desconforto. Outros não conseguiram perceber o significado mais profundo das dificuldades vividas e ficaram só no sabor do sofrer.
Além disso, repetimos todo ano a mesma situação bipolar:

1-ter que participar de festas, ter comprar presentes, fazer comidas, correr muito, ter que festejar a família e o amor.

2- não estar com vontade de fazer nada disso porque o amor que se vive não é tão maravilhoso assim, a família que se tem possui muitos problemas e dificuldades e por aí, vamos…
Mas…, como tem que se participar da festa que não é sua, não é nossa, não é de quem quiser, nem de quem vier porque é do Sistema e da manutenção do mercado econômico que o sustenta e que nos fazem zumbis anestesiados correndo de loja em loja, de mercado em mercado, de festa em festa, de ressaca anímica em ressaca anímica para, no final, a alma ficar obesa.

O fato de não se sentir bem é decorrente da pressão dessa energia emocional conflitada, mas é muito importante porque o mal-estar tem a função de nos desperta para o seguinte:

A – Ficamos tristes porque nossa família é ausente ou problemática e desejamos viver uma situação familiar sugerida pela pressão do imaginário coletivo que coagulou uma imagem da harmonia amorosa projetada na sagrada família de Jesus. No entanto, Jesus representa um ser iluminado e sua família ressoa com essa condição. Nós estamos num processo lento de conquistar a manifestação da nossa Luz e nossa família também, portanto, como exigir dela o que não conseguimos ainda?
B – Fazemos festas completamente desconectados do que consideramos ser suas motivações. Em primeiro lugar, não há nenhuma comprovação histórica do nascimento de Jesus em 24 de dezembro há 2017 anos. Nenhuma. Isso foi uma decisão de um concílio da Igreja Católica: estabeleceram, convencionalmente, essa data para substituir a festa dos povos pagãos que aconteciam em todo mundo nesse período em celebração aos Solstícios nas mais diferentes culturas. Assim, seria mais fácil e foi mesmo, desvincular as pessoas de suas antigas religiões. O mesmo aconteceu com a festa de S. João em 24 de junho. Tanto é que elementos considerados natalinos como a árvore de Natal, não tem nada a ver com o universo cristão e sim, com as festas pagãs que reverenciavam os ciclos da Natureza onde a árvore é o axis mundi que une céu e terra.
Essa substituição fez com que nos desconectássemos da energia celeste, motivo original das festas da época antiga, de forma que a nossa relação natural de Pertencimento ao Todo cósmico foi se tornando fragilizada. Seres humanos despotencializados se submetem com mais facilidade ao poder de alguns poucos espertos sedentos de poder.

A obrigatoriedade social do presente de Natal – as pessoas de outras religiões totalmente diferentes acabam desejando feliz Natal e comprando presentes também, fica a serviço de se movimentar o consumo, a economia, logo a força da grana, em favor, novamente, do poder de alguns.

A própria frustração das pessoas que sofrem nessa época sem perceber essa confusão as leva a compensarem suas tristezas comprando, comendo e gastando mais ou tendo que viajar, gastando e consumindo para não ficarem sozinhas, quando, supostamente, “todos estão felizes e se amando no mundo, menos eu”.

O dia 31 de dezembro foi outra data convencionada e ela não significa nada nem no nível religioso, nem no espiritual, nem no astronômico. Nada. Apenas foi convencionado pelo calendário gregoriano que o ano acaba e começa um novo nessa data. Ao contrário dos povos antigos que celebravam o início do ano no momento do Solstício de Inverno porque ele, o Solstício de Inverno, se caracteriza, simbolicamente, por um fenômeno: o Sol permanece em sua declinação máxima em relação à Terra por três dias e depois, lentamente, retoma seu caminho de aproximação. É como se o Sol “morresse” e três dias depois “renascesse” (conhecem isso?). Os antigos entendiam todo esse processo como a energia da morte e do renascimento que rege toda a vida no mundo, o que ocorre em torno de 24 de dezembro no Hemisfério Norte e em 24 de junho no Hemisfério Sul. Nós, no Hemisfério Sul, não recebemos essa qualidade de energia solar em dezembro, ao contrário, ela se encontra no seu máximo de intensidade aqui, o que caracteriza o Verão. Assim, a confusão energética é grande!

Gente: olhos, coração e mente ABERTOS! Se por qualquer razão você desejar celebrar o amor e a convivência com quem você ama, aproveitando que um grande número de pessoas está tentando fazê-lo, faça, assim como, se você for cristão. Faça. Mas, faça consciente de tudo isso. Assim, você será menos engolido e arrastado por essa nuvem densa de emocionalidades desgastantes e também não será levado pela compulsão de uma festa manipulada pelos jogos de poder que nos colocam como apequenados submissos. O Amor não precisa de presentes, precisa de Presença! Tudo pelo Amor, nada pela manipulação. Não se esqueçam.                              🌳🏡🌷🌳🏡🌷🌳🏡