ORANTE – por Lygia Franklin
Esta é a imagem de uma pequena e misteriosa escultura egípcia de cerca de 4000 AC. É chamada de Orante ou também de Mulher – Pássaro. Sua condição feminina nos remete à receptividade em relação à vida e ao enraizamento. Seu aspecto pássaro nos relembra o voo do Espírito. Seu corpo em forma de peixe evoca as águas netunianas do inconsciente e da psicologia. Quando fundamos a Terra de Rudá sentimos nesta imagem a representação daquilo que inspira o nosso trabalho – não só aquilo que subsiste ao tempo, mas também a condição de “voar pousando e de pousar voando” – feliz casamento entre o espírito, a psiquê e a matéria ou, de outra forma, a condição se estar íntimo do mundo sabendo-se pertencente ao Todo. Resolvemos adotá-la como nosso símbolo. Anos mais tarde descobrimos que Felcitas Goodman, uma arqueóloga apaixonada, percebeu que ao se meditar fazendo as posturas de certas esculturas antigas, níveis diferenciados de consciência podiam ser mais facilmente alcançados e passou a usá-las para cura e desenvolvimento do Ser. Felicitas fez uso da meditação com a posição da Orante para ampliar o desenvolvimento espiritual. Foi uma grata informação para nós – havíamos escolhido a madrinha certa.

Experimente uma prática com a Orante. Faça uma meditação. Primeiro simplesmente sente numa posição confortável e feche os olhos. Observe a sua respiração: a inspiração e a expiração. Quando sentir seu momento de quietude fique em pé ou, se for mais confortável para você, permaneça sentado e lentamente eleve os braços como na posição da Orante. Fique assim, de olhos fechados, pelo tempo que perceber ser bom para você. Quando a meditação acabar, observe as diferenças vividas em cada posição adotada.

Sejamos homens e mulheres pássaros livres em Pertencimento.