O Propósito é Ser Amor – não como usualmente o entendemos, como o verbo gostar. Via de regra as pessoas amam egoisticamente, quase como querendo tirar algum proveito da relação de afeto, enquanto que o Amor é gratuidade, pura gratuidade e não exige reciprocidade. Ama-se porque ama-se e não há nada que se ganhe em troca além de poder Amar e viver o Poder do Amor. Nesse real contexto. O Amor é Liberdade, Consciência, Potência, ou seja, Deus em nós e nós em Deus. E a missão estará cumprida.

E como conseguir Ser Amor? – Sendo consciente de si, mas para isso é necessário recobrar a Memória Ontológica, a Memória de quem somos de fato, a Memória de nossas origens, nossa natureza humana e das condições de vida que autogeramos. A Memória Ontológica, celular, lúcida, juntamente com a Consciência do Ser Que É em nós, nos devolve a Experiência em Amor, o Retorno à Casa, o Pertencimento ao Todo, a manifestação de Unidade. Este é o derradeiro Gesto, o verdadeiro Propósito de Vida – Sermos Conscientes, portanto, Sermos Amor, ou seja, retornarmos à Experiência de Unidade com o Todo. Em outras palavras: vivermos em Deus, que é a Fonte de todos os fractais de seu Grande Corpo chamado Agora. Mas, para tanto, não basta querer e, sim, saber muito bem o que se necessita fazer.

Necessitamos de um ego estruturado que suporte o intenso afeto do Agora, a intensa carga paradoxal do Agora, do contrário, viveremos as amenidades tragicômicas das zonas de conforto que o medo e a ignorância nos imputam ou nos perderemos em vínculos frágeis, impotentes, improdutivos à Vida.

E o que é um ego estruturado? É um veículo insubstante e transitório que necessita ser esculpido pelo consciente e que tem por função fazer a interface entre o mundo à volta e o Ser Que Somos. O ego é um servo da alma.  Quando o ego assume uma autoridade autônoma, toda a miséria humana se funda.

 Trecho do Caderno Teórico Retiro da Terra de Rudá – Propósito
de Vida