Definição, Origem, Natureza e Aspectos do Medo
Definição, Origem, Natureza e Aspectos do Medo
( Texto extraído do caderno teórico do retiro Medo uma Passagem Secreta para o Amor)
Definição
Sentimento perturbador que nos acomete quando algo que foge ao nosso
controle nos atravessa o caminho. O medo é diferente do instinto de
autopreservação. Este é inato, enquanto o medo, só ganha existência a
partir de um evento que não soubemos lidar e da decorrente ameaça de
termos que encarar o mesmo tema deste acontecimento em uma nova
ocasião.
Origem: Inconsciente e Consciente
Inconsciente: Pulsão residente em memórias profundas, em camadas
ocultas da psyche. Podemos identificá-la através da Carta Astrológica
ou em comportamentos emocionais incompreensíveis à história da pessoa.
Possivelmente tais pulsões têm origens ancestrais. Alguns temas
deste medo são comuns aos membros de uma família. Isto significa que
além de possuir raízes onde o consciente não alcança, também indica
que laços parentais foram constituídos em torno de uma demanda anímica
comum – sentimentos com temas empáticos a diversas pessoas
do mesmo sangue.
Ex.: Medo de perder tudo o que se conseguiu (há um grande medo da
sobrevivência sem uma razão aparente); medo de ter os olhos furados
por estiletes (inexplicável ao consciente); medo de morrer asfixiado por
estrangulamento (igualmente inexplicável)…
Consciente: Pulsão identificada com uma raiz mais periférica, onde a
memória consciente tem algum alcance e registro.
Ex..: Medo de perder os dados do HD, uma vez que não se fez o back-up;
medo de contrair dengue no verão do Rio de Janeiro…
Todos os medos, se bem trabalhados psicologicamente, poderão ser
integrados à psyche como energia vital, como potência erótica de afirmação,
caso contrário, habitarão nossa subjetividade como um galho
ladrão de um arbusto, que lhe rouba a energia até comprometer a frutificação.
Natureza
É um organismo reticente à assertividade, calcado em experiências
frustradas, onde o insuficiente conhecimento de si não dá conta de situações
que fogem ao controle. O medo não tem existência própria. Ele
depende de assuntos que, em nós, ainda se encontram em estado primitivo
e que não sabemos lidar, como também de fracassos posturais
onde não se aprendeu como manejar determinados acontecimentos.
Não existe o medo a priori, ele é sempre decorrência de algo que nos
aconteceu anteriormente, ainda que não tenhamos lembrança do fato
que o originou.