Definição, Origem, Natureza e Aspectos do Medo

Postado em: novembro 24th, 2017 por Rosa Valgode

Definição, Origem, Natureza e Aspectos do Medo

( Texto extraído do caderno teórico do retiro Medo uma Passagem Secreta para o Amor)

Definição

Sentimento perturbador que nos acomete quando algo que foge ao nosso

controle nos atravessa o caminho. O medo é diferente do instinto de

autopreservação. Este é inato, enquanto o medo, só ganha existência a

partir de um evento que não soubemos lidar e da decorrente ameaça de

termos que encarar o mesmo tema deste acontecimento em uma nova

ocasião.

Origem: Inconsciente e Consciente

Inconsciente: Pulsão residente em memórias profundas, em camadas

ocultas da psyche. Podemos identificá-la através da Carta Astrológica

ou em comportamentos emocionais incompreensíveis à história da pessoa.

Possivelmente tais pulsões têm origens ancestrais. Alguns temas

deste medo são comuns aos membros de uma família. Isto significa que

além de possuir raízes onde o consciente não alcança, também indica

que laços parentais foram constituídos em torno de uma demanda anímica

comum – sentimentos com temas empáticos a diversas pessoas

do mesmo sangue.

Ex.: Medo de perder tudo o que se conseguiu (há um grande medo da

sobrevivência sem uma razão aparente); medo de ter os olhos furados

por estiletes (inexplicável ao consciente); medo de morrer asfixiado por

estrangulamento (igualmente inexplicável)…

Consciente: Pulsão identificada com uma raiz mais periférica, onde a

memória consciente tem algum alcance e registro.

Ex..: Medo de perder os dados do HD, uma vez que não se fez o back-up;

medo de contrair dengue no verão do Rio de Janeiro…

Todos os medos, se bem trabalhados psicologicamente, poderão ser

integrados à psyche como energia vital, como potência erótica de afirmação,

caso contrário, habitarão nossa subjetividade como um galho

ladrão de um arbusto, que lhe rouba a energia até comprometer a frutificação.

Natureza

É um organismo reticente à assertividade, calcado em experiências

frustradas, onde o insuficiente conhecimento de si não dá conta de situações

que fogem ao controle. O medo não tem existência própria. Ele

depende de assuntos que, em nós, ainda se encontram em estado primitivo

e que não sabemos lidar, como também de fracassos posturais

onde não se aprendeu como manejar determinados acontecimentos.

Não existe o medo a priori, ele é sempre decorrência de algo que nos

aconteceu anteriormente, ainda que não tenhamos lembrança do fato

que o originou.