E O HOMEM, QUEM É? – Com Sergio Seixas
E o homem?! Quem é ele? – O homem é a espada de Deus. Ele traz em seu DNA um chamamento – cumprir o Caminho. O Nome dele é Comprometimento.
Ele é então uma espécie de guardião do Caminho? – Sim. As apequenadas guerras geradas pelos homens são sublimações da verdadeira Batalha que viemos travar e nos esquecemos.
Batalha?! Não viemos reaprender a Amar?! – Sim, mas para reaprendermos a Amar é necessário sermos senhores do Bom Combate.
Esse Bom Combate é… – Submeter o ego ao Ser. Submeter a personalidade ao Eu Maior. Submeter a pessoa ao Indivíduo.
Mas isso não é tarefa apenas do homem. – Exato, é tarefa de todos, mas a energia assertiva do combate é uma força do masculino que há em cada um de nós.
Mas e a mulher? E a mulher frente a esse homem épico? – A mulher deve provocar esse homem.
Provocar?! – Provocar, me refiro a não deixar que ele adormeça em sua inércia narcisista. O homem possui uma vaidade de sua força física e de sua inteligência pragmática, mas sua maior inteligência é ser um Louco de Deus. Há no imaginário feminino um desejo legítimo de ser resgatado e protegido por um guerreiro de Luz. Aqui o homem ocupa o lugar de um sustentador do Grande Épico que é viver a Vida em anuência com o Plano e a mulher, neste lugar atemporal, cabe o aninhamento psíquico, o forno que inspira o gesto a se tornar Ato.
Então a mulher é uma coadjuvante inspiradora? – Não, jamais. Desde que o mundo é mundo, e até muito antes disso, o masculino e o feminino são partes de um único corpo chamado Vida. A missão do par é se tornar ímpar. A missão do dois é se tornar UM. Daí a forte atração que ambos exercem um ao outro. Mesmo um casal homossexual, você encontrará a energia masculina e a energia feminina.
Ouvi falar no andrógino primordial. É verdade que ele um dia existiu? – Sim, há muito tempo atrás. Mas hoje ele ainda existe e está entre nós.
Onde? – Dentro de cada um de nós. Estamos homens ou mulheres, mas somos andróginos de Deus.
Se isso é verdade, isso explica o tamanho desconforto em sentirmos desejos homossexuais ou bissexuais… – Claro, há em nós um lugar chamado Ser que aninha as duas polaridades igualmente.
E por que nascemos mulheres ou homens? Por que não nascemos andrógenos felizes? – Por que em nossa longa trajetória ancestral temos condutas de vida majoritariamente assertivas ou receptivas. Vivemos um longo tempo de polaridades e hoje em dia de bipolaridades. Estamos caminhando para o retorno ao andrógino primordial. Isso levará um bom tempo, o tempo que precisarmos para integrarmos o masculino e o feminino que nos constituem.
Mas então, enquanto não chega esse tempo, me diga, afinal quem é o Homem? – É aquele que veio guardar o cálice.
E a mulher? – O próprio cálice.
É só isso? – Não. O cálice não teria valor algum se dentro de si não houvesse o vinho.
E quem é o vinho? – Deus e sua embriagues.
Então, masculino e feminino são ânforas onde Deus repousa? – Sim, são ânforas onde Deus Sonha o Real.