FALTA DE FOCO

Postado em: outubro 25th, 2020 por Rosa Valgode

Em tempos velozes é comum nos queixarmos de falta de foco. No entanto, a dificuldade em se concentrar pode estar a serviço da própria Totalidade, como nos seguintes casos:

  • quando a situação não traduz uma aspiração da Alma, a incapacidade de concentrar-se pode ser um sinal importante de que o investimento que está sendo feito é equivocado ou que está ocorrendo fora do momento adequado.
  • quando a situação, apesar de ser uma aspiração da Alma, pede o amadurecimento de uma estratégia de realização, de preparo pessoal e/ou ambiental e a pessoa está tentando driblar o processo necessário. Aí, uma “neblina sélfica” provoca o olhar para que a situação seja trabalhada mais de perto, mais cuidadosamente.
  • quando a pessoa é portadora de uma grande potência criativa reprimida, esta pode chegar a gerar um estado de confusão mental como um pedido de socorro pela sua liberação.

É preciso também considerar que uma das maneiras mais frequentes e inconscientes de minarmos nossa realização sélfica é através da dispersão em relação ao que nos é essencial. Algumas vezes nos ocupamos muito, o que nos dá uma boa e ilusória sensação de sermos responsáveis ou humildemente serviçais e afetivos. No entanto, viver aquilo que a nossa alma demanda está sendo ofuscado, na verdade, impedido.

Assim, a falta de foco sombria pode ser decorrente de diferentes fatores, aqui evidenciamos alguns dos mais importantes:

  • O desconhecimento de Si: “não sei o que a minha Alma me pede, logo me envolvo com o que aparece na minha frente” ou “não sei se possuo talento para fazer isso”.
  • Uma estrutura de ego frágil que não estabelece ligação com a natureza essencial do Ser e, por isso, depende da aprovação externa procurando mais agradar aos outros do que realizar as demandas da Alma.
  • Medo de não ter a potência necessária para se realizar. É o medo de não ser capaz.
  • Sentimentos inconscientes de culpa e de não merecimento contaminando os atos e as escolhas.

Quando somos tomados pela falta e/ou perda do foco, é sinal de que estamos sendo convocados a trilhar alguns caminhos em direção ao Si Mesmo. A realização desse percurso se impõe, para que ao final, tenhamos – entre a dispersão e o foco – a consciência de quem está a serviço de quem.

*Caderno Teórico: A Copa dos Mundos: Uma Aliança com a Sorte