Uma Psicoterapia da Presença – tornando a Inocência Madura – Lygia Franklin e Sergio Seixas
- Uma Psicoterapia da Presença – tornando a Inocência Madura – Lygia Franklin e Sergio Seixas
Os Sete Passos do Grande Pássaro
em direção às Montanhas da Inocência Madura
- A situação do momento do paciente
- Sua história familiar
- Os arquétipos formadores de seu “eu” pessoal
- A linhagem a que sua alma pertence
- O dharma e seus ritos
- O contemplado contempla
- O Retorno à Presença
I- A situação do momento do paciente
Uma questão-chave fisga a pessoa cindida e a leva ao setting terapêutico. O corpo deverá ser olhado como texto adicional à fala reclamatória. Uma prática psicocorporal será sincronizada ao discurso do buscador. É tempo de acolher as momentâneas histórias.
II- Sua história familiar
As mãos firmes e ternas do terapeuta devem induzir o parto de memórias de sua história para que o reconhecível prepare, aos poucos, as revelações de seu Mistério. Uma Medicina Natural, de grande linhagem, deve ser enunciada para que os ressentimentos refluam independentes das oralidades redutivas. É tempo de contextualizar as histórias nos rizomas de seu sangue.
III- Os arquétipos formadores de seu “eu” pessoal
Sua mitologia ancestral, simbolizada numa Psyche demandante de inteireza, inspira um olhar que, aos poucos, se atemporaliza, deixando neuroses posturais como um velho quadro perdido no tempo e removendo camadas que reconstruirão um indivíduo enraizado em sua Eternidade. A Fabulação dos Sonhos e as Imagens Sulcadas nas Pulsões mostrarão as pegadas daquele que não é e nunca será cindido. Também as Artes Oraculares deverão inspirar de secretos sentidos, as intuições que permeiam os discursos, agora, sem tanto, a tutela de um cognitivo horizontalizado. É tempo de devolver ao sangue sua genealogia histórica.
IV- A linhagem a que sua alma pertence
O tecido que envolve Espírito, Alma e Corpo é o mesmo que embeleza o Mundo de estranhas tentativas. Pertencer a antiqüíssimas famílias protossangüíneas é ir ao encontro de um Pertencimento anunciado. O retorno aos riachos nos leva à Fonte de onde os Oceanos se cumpriram. Nosso corpinho de desejos foi entalhado em remotas Tradições. É necessário auscultá-Las em nosso peito de clamores. É tempo de ordenhar a história em matrizes psíquicas de onde as pulsões de vida se fizeram Civilização.
V- O dharma e seus ritos
Alinhando as grossas camadas de Memória com o Sopro do Ser Que É, a Seta se apresenta. É tempo de caudalosa convergência. É tempo do Caminho respirar em nós. A Obediência se torna Liberdade e a Lei, o Criativo que nos reinventa o Sempre. Estratégias de Ação fundam o Bom Combate nos olhos pacíficos do guerreiro. É tempo de Pertencer ao Grande Corpo da Lei. É tempo de reconhecer a Responsabilidade Pessoal que inaugura novos mundos em fartura.
VI- O contemplado contempla
O Silêncio. Hora de se ser respirado enquanto se respira. Quando o Mysterium é o partner, nos levantamos da Ação para aquietarmo-nos no palato do Saber. O deguste no Ser nos devolve aos Tempos. Quem é este que um dia soube de si? A Meditação devolve a Pessoa ao Lugar. É tempo de agir através da Não-Ação.
VII- O Retorno a Presença
Sem o claustro do setting, a terapia se desmancha na Grande Observação Desidentificada. Devolvido ao mundo, lugar, aliás, de onde nunca saiu, o Indivíduo, desperto do esquecimento, caminhará no mercado com os pés das montanhas. Em meio as dissimulações da praça, o Recordado, então, aquele que foi psicoespiritualmente amado, carregará em seu coração a Sinceridade das Crianças Sábias e tudo que este Amor tocar transformar-se-á em Madura Inocência. A desadaptação se torna Pertencimento, o Estar se torna Ser e o Mundo se torna Vida Transbordada. Agora, todos os lugares são o Lugar-Nenhum. É tempo de uma Vida Comum.